quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Coração de Tinta
Quero fechar o mês de outubro compartilhando com vocês  um livro bem legal.
Imagina, se você pudesse escolher um super poder, qual seria?
Voar? Ser super forte? Ler mentes?Ou todos esses poderes?Ou outros?
Sempre tive dúvidas qual poder eu gostaria de ter.Porém, decidi a pouco tempo que adoraria ser como "Mo" um personagem de Cornelia Funke.Tudo que ele lê ganha vida, ele é um restaurador de livros que involutariamente trouxe para o mundo real um terrível vilão, Capricórnio  e outros personagens do livro "Coração de Tinta" e acabou mandando para lá sua esposa.A partir desse momento ele começa a fugir dos vilões junto com sua filha,Meggie,pois, Capricórnio quer trazer de seu mundo um ser mais maligno e sanguinário que ele próprio.
No início de cada capítulo a autora coloca trechos de clássicos da literatura, alguns bem conhecidos do público e outros que atiçam nossa curiosidade e anseio de ler as obras citadas. 
 
"Mo não o fez esperar muito. Enquanto lia o que Jim Hawkins, o garoto que era só um pouco mais velho do que Meggie, vira numa caverna escura durante suas terríveis aventuras, aconteceu:
Moedas de ouro, cunhadas com a efígie do rei George ou de um dos Luíses, dobrões, guinéus, moidores e cequins, as efígies de todos os reis da Europa no decorrer dos últimos cem anos, estranhas peças orientais, cujas inscrições pareciam um emaranhado de fios ou um pedaço de  teia de aranha, moedas redondas, quadradas, moedas perfuradas no meio, com se houvessem sido usadas penduradas no pescoço_ toda sorte de ouro cunhado parecia ter seu lugar naquela coleção, e eram tantas peças quantas as folhas no outono, de forma que tive dores nas costas de tanto que precisei curvar, e meus dedos doíam de separá-las.
As criadas ainda estavam limpando as últimas migalhas das mesas quando de repente as moedas começaram a cair sobre a madeira lustrosa. As mulheres recuaram assustadas, soltaram os panos de limpeza e puseram as mãos na boca, enquanto as moedas pulavam aos seus pés, moedas douradas, prateadas, cor de cobre, repicavam no chão de pedra, amontoavam-se tilintantes sob os bancos,mais e mais moedas.(...)
Quando a chuva de ouro cessou_ no exato momento em que Mo fechou o livro_, Meggie viu que aqui e ali, em meio a todo aquele brilho e fulgor, misturava-se também um pouco de areia."  
p.157

Coração de Tinta, Cornelia Funke,São Paulo: Companhia das Letras,2.006

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