Tragédia lusitana
Em meados do século XIX é lançado em Portugal o romance de Camilo Castelo Branco, "Amor de Perdição" bem ao estilo da segunda fase do romantismo uma trama frenética e cheia de drama.
O triângulo amoroso entre Simão Botelho, sua amada Teresa e Mariana, a filha do ferreiro que ajudava Simão e que predizia tristezas com ele caso insistisse em seu amor por Teresa.
“ ─ Não sei o que me adivinha o coração a respeito de vossa senhoria. Alguma desgraça está para lhe suceder…” Disse certa vez Mariana ao fidalgo.
A pueril Teresa recusou-se a casar com seu primo Baltasar ou com qualquer outro que o pai quisesse. É enviada ao convento onde seus momento de prazer eram os momentos que escrevia para seu amado Simão, tendo como intermediadora a servil Mariana.
Com seu jeito intempestivo, Simão sela seu destino ao matar o primo de Teresa. Devido à influência de seu pai ele não foi enforcado mas, teve como pena 10 anos em degredo para a Índia e tem como companhia a sempre fiel Mariana que poucos meses tinha perdido o pai assassinado.
" A desgraça afervora ou quebranta o amor?"
Angustiada, Teresa morre na partida de Simão que em dez dias rumo à Índia sucumbe e é jogado ao mar. E Mariana?
"Dois homens ergueram o morto ao alto sobre a amurada. Deram-lhe o balanço para o arremessarem longe. E, antes que o baque do cadáver se fizesse ouvir na água, todos viram, e ninguém já pôde segurar Mariana, que se atirara ao mar."
Percebe-se uma certa familiaridade na vida de Simão e de Camilo que também foi preso. O adultério era crime naquela época e por causa de seu amor por Ana Plácido e suas repetidas fugas do marido ciumento Camilo ficou quase um ano encarcerado.
Encerra sua trajetória de maneira trágica. Perdida a esperança de recuperar a visão, mata-se com um tiro.
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